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Países relatam limites, avanços e perspectivas para metas da Década

Chefes de estado de mais de 30 países relataram avanços e limitações diante dos desafios colocados a partir da Declaração da Rússia para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020, na plenária de abertura da 2ª Conferência de Alto Nível para Segurança no Trânsito, que teve início na manhã desta quarta-feira (18).

Como apontado pelo Relatório Global sobre a Segurança no Trânsito 2015, as maiores dificuldades e índices de violência ocorrem nos países em desenvolvimento, com 90% das mortes. Ainda assim potências mundiais como a França também relataram dificuldades no cumprimento da redução do número de mortos e feridos em acidentes. Boas surpresas dentre os relatos dos países trouxeram esperança com o engajamento da sociedade civil em países como Camarões, dentre outros.
Na abertura oficial, Zoleka Mandela, embaixadora do Programa de Estradas Seguras da ONU, que perdeu a filha adolescente em um fatal acidente de trânsito, falou da gravidade do momento. “Precisamos de atitude para evitar mais mortes por essa epidemia global, e precisamos de atitude agora. Precisamos de ação das autoridades responsáveis para salvar nossas crianças, não há desculpas para não agir”, defendeu.
Logo depois, na plenária com os representantes das delegações, crianças do projeto Safe Kids Lives entregaram simbolicamente um milhão de assinaturas coletadas pelo projeto ao redor do mundo, pedindo celeridade dos países na implementação das metas. A ministra de Infraestrutura da Suécia, Anna Johansson, foi categórica: “Somente durante esta conferência mais de sete mil pessoas irão morrer no trânsito. E delas, mil serão crianças. São números sete vezes maiores do que todas as guerras que ocorrem no mundo neste momento”, argumentou.
A Suécia, país com menor número de acidentes no mundo, foi um dos casos de sucesso apontados na primeira plenária. A ministra Johansson explicou os avanços e os principais atores do pacto feito para o resultado. “Trabalhamos com todos os níveis técnicos, nossas autoridades regionais, locais e nacionais atuaram. Nossa academia colaborou com pesquisas e as empresas fizeram novas soluções, como câmeras de segurança para as estradas, lembretes para uso de cintos”, disse.
Na Europa, também foram observadas dificuldades no cumprimento das metas propostas pela ONU. O representante francês, delegado Interministerial para Segurança de Trânsito, Emmanuel Barbe, falou das limitações de seu país na execução das metas. “Na França há dois anos observamos resultados negativos e temos dificuldades de avançar nesse sentido”, resumiu.
PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO- Segundo o Relatório sobre Segurança no Trânsito da Organização Mundial da Saúde (OMS), os países em desenvolvimento detém cerca de 90% dos acidentes, apesar de serem detentoras de apenas 54% da frota mundial de carros. As principais vítimas seriam os pedestres, usuários de motocicletas, bicicletas e transportes coletivos precários. Medidas para controle das estatísticas, incentivo ao uso de cadeirinhas de retenção para crianças, cinto de segurança, capacetes para motociclistas, fiscalização do uso de álcool e outras drogas são medidas propostas.
Apesar disso, alguns exemplos demonstraram esperança, com resultados positivos após assumirem as propostas da Década de Ação. Caso de Camarões, cujo ministro dos Transportes, Edgard Alan Mebe Ngo’o, apresentou dados de redução de mortes e acidentes por seguir as recomendações da ONU. “Instalando monitores de velocidade (pardais) e segurança dos carros e implantando sistema de monitoramento dos dados de acidentes conseguimos baixar 18% dos acidentes, 22% de feridos e 31% de mortos. É importante essa prioridade do governo, constituída a partir da forte parceria com parceiros globais. Mostra que a força das ONGs têm nos ajudado muito; a participação social é crescente”, afirmou.
Jean Todt, presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), reforçou a necessidade de direcionamento de financiamentos. “Precisamos direcionar estes financiamentos para os países com maiores limitações de recursos, os mais afetados pela violência no trânsito”, afirmou. Um dos parceiros foi o Banco Mundial, que colaborou para o financiamento de projetos em apoio às metas para segurança de trânsito em vários países, aumentando investimentos em até 300% entre 2006 e 2015, de US$ 56 milhões para US$ 239 milhões.
O ministro do Interior da Rússia, Victor Kirianov, afirmou que o momento é crucial para que as boas práticas sejam compartilhadas e as metas revistas. “Muitos países apoiaram as definições tomadas na Rússia [Na primeira Conferência em 2009]. Os anos demonstraram que é possível trabalhar juntos e estabelecer parcerias. Esse assunto é um dos maiores desafios de nosso tempo e tem importância global. É uma estratégia comum e medidas conjuntas deveriam ser tomadas”, defendeu.
O México foi um dos países beneficiados pelo apoio do Banco Mundial, alçando a redução de até 27% dos acidentes em suas vias, 13% dos mortos e 68% dos feridos. Segundo José Aguilar Zinser, políticas de transporte público para populações em situação de vulnerabilidade e outras são cruciais para tais objetivo.
Da Agência Saúde

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