Ruas ou armadilhas
« O planejamento viário precisa levar em conta o segmento de duas rodas, que cresce exponencialmente.
Artigo publicado pelo Senado na revista « Em discussão », em número especial, com título « Explosão de motos e mortes » de Novembro 2012 (página 69).
A melhor condição das vias públicas e a criação de faixas exclusivas para motociclistas são outras reivindicações da categoria. Para José Eduardo Gonçalves, representante da Abraciclo, o planejamento viário precisa levar em conta o segmento de duas rodas, que cresce exponencialmente. “Atualmente, o planejamento é voltado para veículos de quatro ou mais rodas”, afirma. Gisele Flores, do Instituto Sobremotos, avalia que as motos ainda são vistas como problema, quando representam uma das soluções para a mobilidade urbana.
Ela sugere medidas de planejamento viário para reduzir os acidentes e aumentar a segurança dos motociclistas, como melhorar o transporte público — “caro, ruim, lento e ineficiente” — e restringir os carros nos grandes centros urbanos por meio de rodízio, pedágio urbano, horários de circulação e aumento do preço de estacionamentos.
Além da falta de planejamento que leve em conta as motocicletas, a má conservação das vias prejudica motoristas e veículos, mas para os motociclistas pode ser mortal. A Abraciclo acusa as concessionárias de serviços públicos de descumprir regras e responsabilidades de conservação e reparo das ruas.
A entidade sugere medidas como a criação de políticas para o reparo de buracos; a proibição do uso de placas metálicas para o fechamento provisório de buracos; e a sinalização de solo com tinta antiderrapante.
Guard-rails
Maria Cristina Hoffmann, do Denatran, informa que a regulamentação da sinalização viária e programas de adequação das vias vão favorecer a proteção dos motociclistas, mas é preciso fortalecer os órgãos normativos (Contran e Denatran) para que as suas medidas sejam mais respeitadas.
De acordo com o representante da Abraciclo, outro grande problema das vias brasileiras são os guard-rails. Segundo Gonçalves, essas barreiras de segurança provocam mais de 15% das mortes em acidentes de motos, ao invés de preveni-las.
A sugestão é a adequação dos guard-rails, como acontece na Europa. Para isso, garantem, basta tornar obrigatório o cumprimento da norma NBR-6971/99 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Também em março passado, a Câmara dos Deputados aprovou e enviou à Casa Civil da Presidência da República um pedido para que sejam instalados “guard-rails modernos nas estradas federais, priorizando suas interfaces urbanas”.
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