Recomenda-se não usar o índice de mortos em função do número de veículos para fixar metas de redução dos acidentes
O índice de mortos em relação à população (por 100.000 habitantes) é uma excelente ferramenta para analisar a evolução das estatísticas de acidentes. É o parâmetro utilizado pela OMS no âmbito da Década Mundial para Ações de Segurança. Costumamos comparar as evoluções deste índice e da taxa de motorização (número de veículos por 100 habitantes), pois o principal fator de agravação da mortalidade é o crescimento da frota de veículos.
Ao invés, o índice de mortos em relação à frota de veículos (por 10.000 veículos) é muito menos usado, pois a sua redução não garante a redução do número de mortos. Isto se deve à imbricação, neste índice, dos efeitos de duas variáveis: a acidentalidade e a taxa de motorização (número de veículos por 100 habitantes). Este índice não é adequado para alertar sobre o crescimento da mortalidade no trânsito, especialmente quando a frota de veículos aumenta rapidamente.
Por exemplo, o Piauí teve ao mesmo tempo, nos últmos anos, um crescimento muito rápido da frota de veículos e do número de mortos.
O índice em relação a população evoluiu da mesma maneira
A curva passa por treze pontos, representando os treze anos do período 2002 a 2014. Cada ponto tem por coordenadas:
em x, a taxa de motorização no Estado (número de veículos por 100 habitantes) no ano de referência;
em y, o índice de mortos em função da população ( número de mortos por 100.000 habitantes) no mesmo ano.
O índice em relação a frota evoluiu em sentido oposto