Fatalidade em Duas Rodas
Este artigo, publicado em 2011 pela Seguradora Lider dos Consórcios do Seguro DPVAT, analiza os acidentes envolvendo motocicletas e as suas consequências.
Resumo
- Crescimento da frota, de 315% entre 2000 e 2010
- 13.600 mortos e 53.000 casos de invalidez permanente em 2007, os anos mais recentes sendo ainda em curso de avaliação.
- Maior incidência dos casos de invalidez permanente na faixa de 15 a 34 anos.
- Severidade dos casos de invalidez: 3% graves, 17% moderados, 79% leves.
Conclusão do artigo: em meio a estas estatísticas alarmantes, onde vemos que as motocicletas figuram como o principal veículo causador de mortes precozes e limitações físicas permanentes na população jovem, tornam-se imprescendíveis ações de prevenção, educação e conscientização no trânsito focadas especificamente nesta categoria.
Texto publicado no portal da Seguradora Lider
Nos últimos anos, a frota de motocicletas no Brasil teve um crescimento expressivo, de 315,8% no período de 2000 a 2010.
Infelizmente, seguindo esta tendência, os casos de morte no trânsito brasileiro, envolvendo motocicletas, também tiveram um crescimento significativo: 64% no mesmo período. Levando em conta que o beneficiário tem 3 anos para solicitar o seguro, esse número ainda pode aumentar, tendo em vista que para acidentes ocorridos a partir de 2008 ainda cabe solicitação de indenização.
Mais alarmante que o crescimento dos casos de morte é o crescimento dos casos de invalidez permanente, envolvendo motocicletas. Mais comumente são divulgadas as estatísticas de morte, que chocam pela interrupção de uma vida, contudo, os casos de invalidez permanente marcam de forma definitiva a existência de uma pessoa. De 2000 a 2010, os casos de invalidez permanente cresceram 274%, podendo ainda aumentar pelo fato do prazo de pedido de indenização ser de até 3 anos.
Só em relação às ocorrências de invalidez permanente do ano de 2010, a Seguradora Líder DPVAT indenizou 24.715 casos em decorrência de acidentes com motocicletas, sendo 79% casos leves, 17% de casos moderados e 3% de casos graves. Isto que dizer que essas pessoas tiveram o rumo natural de sua vida interrompido, de forma permanente. Para finalidade de apuração desta estatística, foram considerados: casos leves - a perda de dedos da mão ou do pé, do baço, a mobilidade do quadril ou do joelho; casos moderados – a perda da audição, perda da fala, perda parcial da visão; e casos graves - a perda de uma mão ou de um braço ou de uma perna ou perda completa da visão.
A maior incidência dos casos de invalidez permanente, 61% dos casos, ocorre na faixa de 15 a 34 anos, que compreende a juventude e parte da população economicamente ativa.
Indo no sentido inverso do crescimento da população na faixa de 15 a 24 anos, que segundo o IBGE (PNAD) sofreu um acréscimo de 2% de 2001 a 2010, as indenizações por invalidez permanente nesta faixa registraram aumento expressivo nos últimos anos, 269%.
Já na faixa etária dos 25 a 34 anos, que segundo o IBGE teve um crescimento de 20% no período, as indenizações de invalidez permanente registraram um aumento alarmante de 254%.
Outro ponto a ser observado é que 71% dos casos de morte e 66% dos casos de invalidez permanente indenizados pelo Seguro DPVAT em acidentes com motocicletas ocorreram com motoristas na faixa de 15 a 34 anos.
As indenizações pagas pelo Seguro DPVAT por invalidez permanente foram 79% a motoristas, 14% a passageiros e 7% a pedestres.
Analisando, regionalmente, a distribuição geográfica de vendas de motocicletas no período de 2000 a 2010, a região Nordeste teve o maior aumento percentual, em 2000 representava 27,9 % das vendas de motocicletas no Brasil e em 2010 subiu para 35,7% (fonte Abraciclo) refletindo a mudança do cenário do ambiente rural e o aumento no poder aquisitivo da população. Da mesma forma, a frota circulante de motocicletas nesta região teve aumento significativo de 448% no mesmo período (DENATRAN) e a quantidade de indenizações por invalidez permanente decorrente de acidentes envolvendo motos também cresceu em 130%, de 2000 para 2010, lembrando que este número pode ainda ser bem maior porque o beneficiário tem até 3 anos para solicitar a indenização do seguro.
Em meio a estas estatísticas alarmantes, onde vemos que as motocicletas figuram como o principal veículo causador de mortes precoces e limitações físicas permanentes na população jovem, tornam-se imprescindíveis ações de prevenção, educação e conscientização no trânsito focadas especificamente nesta categoria.
