• Pesquisar:

Menu superior



Vias Seguras / Infra-estrutura / Engenharia rodoviária / Manual de segurança rodoviária / Complementos sobre defensas e barreiras (1a parte)





Complementos sobre defensas e barreiras (1a parte)

Capítulo 9.2 do Manual de Segurança Rodoviária de Adriano Murgel Branco

9.2.1. Em condições normais e de tráfego, nas vias bem projetadas, bem construídas e bem mantidas, sinalizadas adequadamente e utilizadas por motoristas bem treinados, saudáveis e cuidadosos, obedientes às indicações da sinalização, não deveria haver acidentes. Contudo, tais condições ideais são raramente observadas, do que decorrem os conflitos e acidentes. Por isso, ao lado do bom traçado, da adequada conservação e da perfeita sinalização, é preciso oferecer proteção àqueles que têm o seu veículo desgovernado. O fato de o acidente ter como causa original uma falha do motorista não exime o construtor e o operador da estrada de co-responsabilidade, se o acidente for agravado devido à falta de proteção em determinadas circunstâncias.

9.2.2. Quando a faixa de terreno contígua às pistas, seja nos acostamentos, seja no canteiro central, tiver largura inferior a 10 metros, é preciso cogitar das proteções do tipo barreira de concreto e/ou defensa metálica. As normas técnicas, inclusive da ABNT, (NBR 6970), correlacionam essa largura de canteiro com as velocidades, declividades e volumes de tráfego, de sorte a admití-las mais estreita em determinados casos.

figura 1

figura 2

9.2.3. Além da largura desses canteiros de proteção, outros requisitos são importantes: os canteiros não podem ser excessivamente inclinados (as normas técnicas prescrevem essa condição), e devem ser isentos de obstáculos, como árvores, postes, valas de drenagem, barrancos, pedras, placas de sinalização, etc. Para compor-se um ambiente visualmente agradável, é admissível a existência de arbustos, de caule delgado, que até podem oferecer uma proteção adicional e, nos canteiros centrais largos, atuar como anti-ofuscantes, embora apresentem, nesse caso, alguns inconvenientes que serão descritos adiante. Árvores tem sido, nos Estados Unidos, a principal causa de mortes em acidentes com objetos fixos.

9.2.4. A implantação de dispositivos de proteção, na estradas, deve obedecer a prioridades indicadas pelas estatísticas de acidentes e pela existência de situações singulares, como curvas, rampas, etc.

9.2.5. Nas obras de arte é necessário que o dispositivo seja inexpugnável, dando-se preferência, portanto, às barreiras de concreto. Se a opção for por defensa metálica, ela deverá ter duplo perfil W longitudinal e maior número de postes, do tipo mais resistente.

9.2.6. É prioridade facilmente identificável a substituição, nas obras de arte, dos antigos guarda-corpos, gradis de aço ou concreto e assemelhados.

figura 3



Se for prevista passagem de pedestres, deverá haver, por fora da barreira de proteção um passadiço, com guarda-corpo, para eles.

figura 4



9.2.7. Nas estradas de maior VDM as obras de artes devem ser construídas com largura suficiente para dar continuidade aos acostamentos.

9.2.8. Barreiras e defensas devem ser contínuas, não podendo um trecho se destacar do outro no momento do impacto do veículo. Só assim elas oferecem segurança.

figura 5

9.2.9. As defensas metálicas atuam por deformação dos seus elementos de sustentação. Por isso, devem ser instaladas em alturas adequadas, com postes de sustentação bem dimensionados e espaçados adequadamente, bem como cravados no solo por bate-estacas. A não utilização do bate-estacas permite que o poste corte o terreno posteriormente, devido à sua pequena seção reta, ou seja, facilmente arrancado, no caso de um impacto. A norma brasileira admite, em trechos muito curtos, o chumbamento do poste da defensa, com concreto, em vez da cravação, mas essa prática não é recomendável.

figura 6

figura 7



9.2.10. As extremidades das defensas devem ser ancoradas no chão. Quando, por alguma razão, essa ancoragem não puder ser feita, deve-se enrijecer, colocando mais postes, a extremidade livre da defensa.





figura 8



9.2.11. Nas extremidades livres das barreiras New Jersey, devem ser aplicadas defensas, para evitar impactos frontais. Mas próximo da barreira, onde a defensa deve ser parafusada, deve-se aumentar a sua rigidez, para ter uma transição entre o trecho mais deformável e a barreira rígida.





figura 9


9.2.12. Defensas e barreiras são devem ser instaladas atrás de valas de drenagem ou de guias de concreto, sob pena de perder a sua utilidade.








9.2.13. Em eventuais passagens de pedestres, como diante dos telefones, as defensas e barreiras devem contar com trechos sobrepostos, de maneira a evitar que o deslizamento do veículo por um trecho o leve a chocar-se com o trecho seguinte. As extremidades das defensas, nesses casos, quando não ancoradas, deverão ser protegidas por ponteiras especiais.

figura 10

9.2.14. Defensas de modelo antigo, com bordas cortantes, devem ser eliminadas.

figura 11

9.2.15. As defensas devem ter a justaposição de suas lâminas no sentido do tráfego. No caso contrário, sujeitam-se a deformações que aumentam o risco de acidente.

figura 12

palavras-chave: