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Motociclista: o capacete

É o equipamento de segurança mais importante do motociclista

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Capacete: é o equipamento de segurança mais importante do motociclista. A maioria dos acidentes fatais decorre de ferimentos na cabeça. A importância do uso do capacete para o motociclista é tão significativa que jamais se deve rodar sem ele. Inclusive o garupa deve usá-lo sempre. Todos devem usá-lo, não só porque é obrigatório por lei (nota 5) e se pode tomar multa (nota 6), mas porque ele pode fazer a diferença entre sobreviver ou não em caso de acidente. É difícil de acreditar que muitos anos atrás o uso do capacete não era obrigatório na cidade, apenas em estradas (nota 7). Seu objetivo é proteger a cabeça do piloto, absorvendo os impactos. Por isso, em uma batida mais forte, não é raro de o capacete rachar, não por má qualidade, mas sim por que cumpriu sua função.

Existem basicamente três tipos de capacetes: aberto, fechado e “off-road”. Disparadamente, o tipo que oferece maior proteção é o tipo fechado. O capacete tipo aberto é o mais arejado e confortável de se usar no verão. Entretanto, neste tipo, apesar de a cabeça ficar protegida, parte do rosto; o nariz; a boca e o queixo ficam expostos.
Há os capacetes abertos com viseira e os sem viseira. Se o capacete não tiver viseira, o uso de óculos de proteção é obrigatório.
Independentemente do tipo, todos os capacetes vendidos no Brasil devem atender as normas legais (nota 8).
O capacete tipo “off-road” é usado por pilotos de “cross”, rali, enduro, “free style”, ou simplesmente por aqueles que gostam de pegar umas trilhas nos finais de semana. Também a presença de óculos é obrigatória.

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Como foi dito, o capacete do tipo fechado é o que oferece o maior nível de proteção. Para viajar é a melhor solução. Para rodar na cidade, e sendo a região onde você mora muito quente, então você pode usar o aberto, porém, como mencionado anteriormente, se ele não possuir viseira você deverá usá-lo obrigatoriamente com óculos de proteção. Isto é importantíssimo para que seus olhos não sejam atingidos por pedras, insetos, poeira, etc., tão comuns no dia a dia.

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Na verdade, segundo o CTB, o uso de viseira ou óculos de proteção é obrigatório para qualquer tipo de capacete, de forma que, além da cabeça, os olhos também fiquem sempre protegidos (nota 9). Ao usar o tipo aberto, esteja consciente de que o nível de proteção que ele oferece não é o mais adequado.
Esqueça os capacetes tipo “coquinho”. Além de não terem a etiqueta de certificação do Inmetro (nota 10), eles não protegem praticamente nada.
Trate o seu capacete “com carinho” (lavando, limpando, polindo): ele pode salvar a sua vida.

Características e forma de utilização do capacete:
Deve estar bem preso e afivelado para não cair no momento em que mais se precisa dele, ou seja, na hora do acidente. Usar capacete sem afivelá-lo é uma grande idiotice. Ajuste corretamente a folga da cinta jugular sob o queixo de forma que o capacete fique bem firme. Tenho visto com frequência muitos motobys rodando com a cinta jugular solta, com a desculpa de que precisam colocar e retirar o capacete muitas vezes. Isto não se justifica. Para isto é que existem os do tipo com cinta jugular de engate rápido. Um capacete solto, num acidente, tem o mesmo nível de proteção de um boné.
Deve ser do tamanho correto, ajustando-se perfeitamente à cabeça. Ao movimentar o pescoço rapidamente (para testar), o capacete não pode girar ou balançar solto. O capacete deve ficar justo, sem ser necessariamente apertado.

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Prefira os que possuem a cinta jugular do tipo “engate rápido” (hoje a maioria) aos de argola. Como o próprio nome diz, a cinta do tipo engate rápido permite-lhe colocar e retirar o capacete rapidamente, facilitando a sua utilização, principalmente no uso urbano quando se coloca e retira o capacete várias vezes. Os do tipo argola “dão muito trabalho” para amarrar e soltar a cinta.
Não são práticos. E se algumas pessoas já utilizam o capacete a contragosto, então a sua colocação e retirada têm que ser facilitadas ao máximo. Atenção! Mesmo alguns capacetes com cinta jugular do tipo engate rápido não são tão rápidos assim para conectar e principalmente para desconectar a cinta. Antes de comprar, faça o teste: com o capacete na cabeça, conecte e desconecte a cinta várias vezes para testar a facilidade da operação. A conexão do engate deve ser feita rápida e facilmente, sob pena de você posteriormente irritar-se na operação, principalmente na retirada.
Deve ser preferencialmente de cores claras ou vivas. O lema de todo motociclista deve ser: “veja e seja visto”. Na maioria dos acidentes envolvendo motos e automóveis ou motos e pedestres, as pessoas alegam não ter visto o motociclista. Realmente isto pode acontecer. A moto é um veículo de pequenas dimensões e de grande agilidade, o que faz com que muitos motoristas e pedestres tenham dificuldade em enxergá-la rapidamente, ou não tenham noção exata de distância e tempo de aproximação. Então o motociclista deve fazer de tudo para ser visto no trânsito. Um capacete de cor preta, por exemplo, dificulta enormemente a sua rápida visualização. Mais adiante vamos ver outros equipamentos que devem ser escolhidos com esta preocupação. O lema “veja e seja visto” é tão importante que será recorrente neste livro.

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Deve-se substituir a viseira caso ela esteja muito riscada. Com o tempo, inevitavelmente, a viseira vai ficando riscada, comprometendo a sua visibilidade. As intempéries como chuva, pó, pedriscos jogados pelos outros veículos, etc., vão fazendo com que a viseira se deteriore e diminua a sua transparência. Para limpá-la, deve-se usar um pano macio ou algodão. Mas, em viagens, às vezes não dispomos de algo assim apropriado e acabamos usando outras coisas.

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Então, os arranhões e desgastes vão mesmo aparecendo. Quando constatar que o estado da viseira começou a comprometer a visibilidade, substitua-a imediatamente. É através da visão que o piloto recebe a maior parte das informações necessárias a uma boa pilotagem. Portanto, a viseira e os óculos de proteção devem estar limpos e sem (muitos) arranhões para não prejudicar a visão. Alguns motociclistas, para economizar na compra de uma viseira nova, optam por fazer um polimento em casas especializadas, onde a maior parte dos arranhões é retirada, dando-lhe uma boa sobrevida.
É para ser usado na cabeça e não no braço ou na testa (nota 11). Alguns motociclistas, por não gostarem de usar capacete, transportam-no no braço, “protegendo o cotovelo”, e só o colocam na cabeça quando avistam a polícia. Outros o colocam na testa. Além de serem puníveis com multas, estas atitudes são uma grande estupidez.
Escolha um capacete que não seja muito pesado. Quanto mais pesado for o capacete, menor será o conforto, principalmente ao pilotar por muitas horas a fio. O peso do capacete é concentrado no pescoço. Os capacetes fechados de padrão médio pesam em torno 1,5 kg. Os abertos, mais leves, giram em torno de 1,2 kg. Os mais sofisticados são os de fibra de carbono, altamente resistentes e leves. O problema destes é o preço: os mais baratos custam o equivalente a quatro salários-mínimos.

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Não ande com o capacete preso no suporte. Quase todas as motos possuem um suporte para prender o capacete. Este dispositivo é para ser usado enquanto a moto estiver estacionada. Não se deve rodar de moto com o capacete preso no referido dispositivo, pois o mesmo pode enroscar-se na roda e provocar um acidente, ou danificá-lo com as batidas do casco na moto, prejudicando a absorção de impacto do capacete no momento de um acidente, não oferecendo a proteção necessária. Caso precise transportar um segundo capacete, prenda-o no banco ou bagageiro, usando “aranhas” ou cordas elásticas. Neste caso, proteja a viseira com um pano ou algo macio, caso contrário, as cordas irão riscá-la.

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Use o capacete com óculos, de acordo com a necessidade. O capacete deve permitir usar confortavelmente óculos, quer sejam “de sol” ou “de grau”. As hastes não podem ficar pressionando as orelhas e causando incômodo. Os óculos de sol são ótimos para preservar os olhos da incidência direta da luz solar e imprescindíveis para quem tem problema de fotofobia (aversão à luz). Igualmente importante, para quem tiver recomendação médica, é usar os “de grau”. Lembre-se: a visão é o sentido que permite captar até noventa por cento das informações necessárias para pilotar. Os óculos destinados a motociclistas normalmente possuem o final da haste de forma reta para não machucar a orelha com a pressão do capacete. Caso os seus óculos o incomodem com o uso do capacete, tente adaptá-los diminuindo a curva na parte final das hastes e deixando-as quase retas (leve-os a uma ótica para fazer o trabalho). O importante é o motociclista enxergar bem, com conforto, tornando a condução prazerosa. Atualmente existem no mercado capacetes que já vêm com uma segunda viseira, fume, os quais dispensam o uso de óculos escuros. São capacetes bem práticos, já que não é necessários, durante a viagem, ficar parando para colocar ou retirar os óculos escuros. O acionamento da viseira fume fica por conta de um botão na parte externa do capacete. Lembre-se: veja e seja visto.
Substitua o capacete após forte impacto. Quando isto acontece, segundo os fabricantes, o capacete tem a sua capacidade de absorção a impactos comprometida, então recomendam substituí-lo.

Notas:

5 – CTB, art. 54: “Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias: I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores.”
6 – CTB, art. 244: “Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo Contran;
II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;
Infração - gravíssima; Penalidade – multa 180 UFIR e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;”
7 – A lei nº 7.031, de 20 de setembro de 1986, tornou obrigatório o uso do capacete tanto na cidade quanto na estrada, sob pena de multa e retenção da motocicleta.
8 – Resolução Contran nº 20/98, art.2º: “Para fabricação dos capacetes de segurança, devem ser observadas as prescrições constantes das Normas Brasileiras: NBR 7471, NBR 7472 e NBR 7473.”
9 – Resolução Contran nº 20/98, art. 2º, § 1º: “Se o capacete de segurança não tiver viseira transparente diante dos olhos, o condutor deverá, obrigatoriamente, utilizar óculos de proteção.”
10 – Os capacetes devem estar em conformidade com a Norma Técnica NBR7471/2001. A área de proteção do tipo “coquinho” não inclui totalmente a cabeça.
11 – Resolução Contran nº 20/98, art. 2º, § 2º: “O capacete deverá estar devidamente afixado na cabeça para que seu uso seja considerado correto.”

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